Esse Seminário é histórico, pois ocorreu no ano escolhido pela ONU para homenagear o sistema cooperativista. A ONU reconhece que esse sistema foi extremamente importante para o equilíbrio social mundial e será de grande relevância para o futuro, considerando que, onde existem cooperativas atuantes, o padrão sócio econômico e a qualidade de vida da população são superiores ao das demais regiões.
O programa do evento teve como foco, os 7 princípios do cooperativismo, os quais foram estudados em grupos, que se uniram para responder três questões: 1. Qual a importância do princípio para o sistema cooperativista? 2. Quais as dificuldades para colocar o princípio em prática? 3. Sugestões para colocar o princípio em prática nas cooperativas.
As palestras que ancoraram os estudos sobre os princípios foram:
- Princípios Éticos e Doutrinários do Cooperativismo – Dr. Ernildo Stein, o qual destacou os três mal-estares dos tempos pós-modernos: a) Preocupação com o individualismo; b) Desencantamento do mundo – Perda da capacidade de olhar para o outro, cada um vale pelo que produz, a as pessoas são substituídas pelas máquinas (razão instrumental); c) Medo da Perda da liberdade – As pessoas estão se tornando vítimas da “compulsão pelo trabalho” perdendo, com isso, sua liberdade e os valores mais humanos.
- Perspectivas e cenários econômicos – Mailson da Nóbrega, o qual, após analisar os cenários econômicos e políticos dos países da União Europeia, dos EUA e do Brasil, concluiu que não há riscos eminentes de desequilíbrio no Brasil e que o nosso país está bem preparado caso elas ocorram.
- História da Legislação Cooperativista – Dante Cracogna, conceituado jurista, defensor do cooperativismo, fez um retrospecto a respeito da evolução da legislação cooperativista mundial. Segundo ele, as primeiras cooperativas surgiram como movimento espontâneo diante de crises no mercado de trabalho e se fundamentaram em princípios e não em algum tipo de legislação. A legislação cooperativista acompanhou a evolução do sistema cooperativista na medida em que havia necessidade de regulamentar essas organizações, as tributações de seus negócios e as relações comerciais. A verdadeira cooperativa continua sendo aquela que observa muito mais os princípios e, decorrente dessa observação, também atende a legislação vigente em seu país e/ou estado, eis que, em aplicando no dia a dia da sociedade os princípios do cooperativismo, a cooperativa estará consequentemente cumprindo a lei.
No XV Seminário do Cooperativismo Gaúcho, também foram homenageadas autoridades e empreendedores que se destacaram nos diversos ramos que constituem sistema. O presidente da COOPEEB, Valdir B. Feller, foi agraciado com uma moeda comemorativa ao Ano Internacional do Cooperativismo, cunhada pela casa da moeda, pelos relevantes serviços prestados no Ramo Educacional.